A Quarentena de 2021

 

A impressão é só minha, ou de tanto brincarmos, 2021 se tornou, mesmo, um 2020 parte 2? 



A  minha relação com os dias mudou muito com essa pandemia, no ínicio, logo que comecei a ouvir sobre, foram dias de pesquisas, entender o que estava acontecendo e cavar informação na "era da fake news".

Os dias que se seguiram foram de reflexões, cada vez mais amplas, como contei para vocês em: A quarentena de 2020.

E relendo o blog post, me assusta um pouco ver que o fim de março deste ano não foi tão diferente do ano passado. Porém, ainda assim, pior.

Não que esperávamos que a virada do ano trouxesse o fim do uso de máscara e distanciamento social, já estávamos acompanhando as notícias sobre vacinação e não eram as mais otimistas.

Comentei com vocês, inclusive, na minha resolução de ano novo que eu não pretendia fazer grandes planos, ou criar expectativas. Já sabendo que o Verão seria diferente, não teríamos Carnaval, que no ano passado ainda serviu como uma despedida antes do vírus desembocar por aqui. Eu, particularmente também não imaginei um grande encontro para páscoa, dia das mães ou sequer a festa junina, mas eu esperava poder ter um Natal como deve ser... 



Em 11 de março de 2020 que começamos a ouvir um pouco mais sobre coronavírus, inocentemente pensamos sermos capazes de enfrentá-lo em uma ou duas semanas de distanciamento social. Mais de um ano depois e o distanciamento ainda se faz necessário, contudo, enfrenta sérias resistências.

PÁSCOA: 

A páscoa passou quase despercebida esse ano, talvez, tenha servido para focarmos um pouco mais no real significado dela: "ressurreição". Ou pelo menos, o pensamento de que pudéssemos ter uma "nova vida" em breve...

O desemprego aumentando, a economia em declínio, equipes reduzidas, aumento da ansiedade, o vírus cada vez mais perto, um amigo, vizinho, colega de trabalho, um parente cada vez menos distante, até para os negacionistas têm ficado complicado...



BELO HORIZONTE:

Aqui em Belo Horizonte tudo foi fechado de novo e ficamos apreensivos por todo o mês de abril, será que teremos uma reabertura em breve, o que abre? o que fecha? Quais são de fato os protocolos de segurança?

A indicação agora é optar pela utilização da Pff2 sem respirador e com amarração na cabeça, mesmo para a população geral devido às variantes. Eu que estava andado de ônibus e frequentado supermercados cheios aos sábados, com a proibição de abertura aos domingos, resolvi adotar. 


Colocar foto das minhas máscaras e eu com a máscara

Fiz várias pesquisas e achei mais em conta no site Shoppe, até falei para quem me acompanha no Instagram e sim, ainda tem muitas promoções. Eu comprei na polobrisashop, escolhi na cor azul (clica aqui pra ver a oferta), mas também tem branca. As minhas chegaram em menos de 15 dias e o elástico na cabeça realmente é muito mais confortável, pelo menos eu achei. 


MÁSCARAS DE PROTEÇÃO CONTRA A COVID-19:


Talvez colocar o story


Tentei vários tipos de máscara, dia 5/5 pedi indicação para vocês sobre máscara Ninja lá no Facebook (sim, eu ainda uso às vezes rsrs) E para os que dizem que o Facebook morreu, estão errados!

Dados obtidos pelo portal de estatísticas Statista mostram que Facebook é o líder absoluto em número de usuários no mundo, com 2.740 bilhões de usuários e estudo divulgado pelo Cuponation (
que contou com 20 países da América, Europa, Ásia e África) confirma que rede social criada por Mark Zuckerberg foi a mais acessada durante o mês de abril de 2021 em nosso país, com 120 milhões de usuários ATIVOS.

ou seja, 

O FACEBOOK NAO MORREU! -- E TUDO TEM MARKETING NÉ! --

Voltando...

A máscara Ninja não funcionou pra mim e fui tentando vários modelos (2d, 3d...) e de vários lugares, costureiras... Até encontrar a máscara da Lupo que é dupla e apesar de ter o elástico na orelha e ser tamanho único é super confortável e se encaixou bem no meu rosto.



Como já sabem, minha cor preferida é preta e com as máscaras não seria diferente, mas enquanto não aparece pff2 preta com elástico na cabeça, (porque com o elástico na orelha eu até achei - 😊 -), vou seguindo com a azul. 

Em maio, algumas perdas foram bem próximas, mas algumas pessoas bem próximas já estão imunizadas também e vamos vivendo um dia após o outro, tentando acompanhar as notícias em doses homeopáticas para não nos sufocarmos com o desespero.



VACINAÇÃO:

O ritmo de vacinação, apesar de um pouco mais rápido, segue lento e a falta de vacinas trouxe algumas quedas nesse ritmo em abril também.






Em maio, com o reabastecimento do estoque da Coronavac, até ouve um aumento, mas não considerável.

"Falta de procura a gente não está vendo. Não é porque a população está desinteressada, em todo lugar está tendo fila" - Carla Domingues, coordenadora do PNI de 2011 a 2019



1 ANO DE "QUARENTENA":

Com a virada do ano, era fácil prever que deveríamos continuarmos nos protegendo e tentar cuidar ao máximo de nossa saúde mental, pois sabia que seria mais um ano desafiador, com previsões não muito boas, mas não imaginaria que com 365 dias de pandemia entraríamos em uma nova "quarentena", quase um "lockdown", novamente todos os serviços não essenciais suspensos e a tentativa (frustrada) de retomar as lives, uma vez que os ânimos de todos já eram outros.

Nesse ano, vendo a história praticamente se repetir, a sensação de que "nunca vai acabar" me deixa angustiada. Ver como outros países estão enfrentando esse momento e até mesmo já retomando alguns eventos com segurança, torna impossível questionar atos políticos e responsáveis políticos pela gestão da pandemia no Brasil. Nosso país com um sistema único de saúde abrangente, com renomadas universidades federais e com experiência em vacinação está ficando para trás. E por aqui, continuamos tendo que enfrentar o medo a cada respirada.



A declaração do imposto de renda foi adiada, mas ainda precisamos nos organizar para fazer e entregar, mesmo com tantas dúvidas e com poucas fontes claras e gratuitas de informações. Acho que nesse momento, poderiam ter estudado alguns tipos de isenções, principalmente ampliar a possibilidade de declaração relacionadas à saúde, remédios e atendimentos que hoje não entram, com mais dores de cabeça, muscular, ansiedade...

Pelo menos servirá para forçar a devolução de auxílio emergencial recebido ilegalmente pelos "espertinhos".

Enquanto a CPI da COVID segue sem realmente nos trazer nada...

Tentando não falar muito de política né, mas tudo é sobre política!

Cada vez mais brasileiros se arriscando no trabalho por conta própria, MEI, empreendedorismo...
Vários nomes, uma realidade: A uberização!

- Mas isso é tema para outro momento - 


UM POUCO SOBRE A ECONOMIA:

O aumento dos itens da cesta básica e a redução de renda 
deixa as sacolas cada vez mais leves, geladeiras e mesas cada vez mais vazias e o salário mínimo ideal, que conforme estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) deveria ser de R$ 5.315,74 para março, é na realidade de 1.100, sem contar a realidade das pessoas que dependem do auxílio, e esse ano, em sua maioria, estão recebendo apenas R$150,00, com o preço médio da cesta básica no nosso país em R$626,00 de acordo com a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada mensalmente pelo DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) em 17 capitais.


O país segue sem direção e acabamos tentando encontrar válvulas de escapes para aguentar o dia a dia, como a cafeína nossa de todo dia, que eu encontro no meu Capuccino...




E outros encontram na coca cola, chá matte, café...
Qualquer coisa que nos mantenha centrados, concentrados e produtivos no meio desse caos.


As mídias sociais e a interação que passou da mesa de boteco para os stories, mantendo o Brasil como líder em acessos às mídias sociais do mundo. Mas também é assunto para outro post.

Março de 2021 entrou como uma reprise de março de 2020, abril passou voando, maio, começou e já estávamos no dia 15. Algumas mudanças na minha vida pessoal depois, e um vídeo da "Pifaizer" com ESSE MENINO  no meio do caminho, junho chegou. 



Mal lamentei não termos festa junina, duas canecas de canjica, um tropeiro e mais algumas notícias lamentáveis em torno da pandemia e chegamos em julho.

Julho com pretensão de volta às aulas para mais segmentos, com um ritmo de vacinação ainda não ideal, alimentado pelos "sommeliers de vacina" e os que simplesmente não voltaram para tomar a segunda dose. 

A sensação 2021 tem sido uma edição compacta de 2020, como as novelas da Globo. Bom pra relembrar, mas cortando algumas partes que nos deixam bem chateados.

O medo dá lugar à raiva, saber o quanto temos potencial mas estamos atrasados como país, o quanto já poderíamos ter vacinado, o quanto não precisariam ter pessoas morrendo de fome, com a perda de comida aumentando no Brasil durante a pandemia. 

De acordo com o relatório da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) deste ano, 29% dos supermercados do país não possuem programas de reaproveitamento de produtos e 62%, de doação de alimentos. Entre os itens perecíveis cujas perdas são conhecidas, 41% têm como causa a validade vencida e 33% a maturação e impropriedade para a venda. E tudo isso em um país que ocupa o 14º lugar no ranking dos países com maior carga tributária, com 35,4% do Produto Interno Bruto e estando em penúltimo lugar na lista que mede o retorno dos valores arrecadados em prol do bem-estar da sociedade

Dados do levantamento realizado pelo IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário).

 A taxa de desocupação para o primeiro trimestre (de dezembro a fevereiro) de 2021 foi de 14,4%, anunciada em 30 de abril pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Isso significa que 14,4 milhões de pessoas estão desempregadas atualmente no Brasil – o maior número da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD contínua), que começou em 2012. E olha que a conta atual não leva em consideração quem tem feito trabalhos temporários e nem quem já procurou por tanto tempo que desistiu, ou seja o número é muito maior.

São pautas tão básicas: alimentação, emprego e renda, moradia, saneamento básico, que sequer tem sobrado tempo para outras lutas tão importante e necessárias que precisamos sempre debater, machismo, racismo, desigualdade, efeitos climáticos em geral...

Esfria, esquenta, notícias de desmatamento, de desapropriação, de falta de saneamento básico, de mais animais em extinção...

As causas e efeitos ignoradas ou seria melhor dizer: "suprimidas" por outras urgências de base que se resumem em existir.

Cada dia que se acorda, um peso nas costas vem junto: "como vou cuidar de mim e dos que amo hoje?"


A SOBRECARGA:


 

Além de comemorar o dia internacional das mulheres no mês de março também debatemos bastante sobre a pressão psicológica e social colocada sobre as mulheres principalmente durante a pandemia, com o trabalho sendo feito em casa com todos em casa também. O desafio da adaptação veio para todos, mesmo para quem já estava acostumado a trabalhar em casa, o isolamento social e a presença de todos em casa, principalmente nas famílias que têm criança mudou tudo e mais uma vez, impossível não abordar o quanto as mulheres são sobrecarregadas como, muitas vezes, únicas encarregadas pelo serviço doméstico e o cuidado familiar que inclui crianças, idosos e qualquer dependente. 


Ao todo, mais de 61 horas em média, por semana, são gastos por mulheres em trabalhos não remunerados no Brasil, conforme levantado pelo estudo da Think Olga, a partir de dados do IBGE. A diretora de Impacto da organização, Maíra Liguori, explica que “os impactos da economia do cuidado e da responsabilidade pela manutenção da vida têm sido o principal aspecto da acentuação das sobrecargas de gênero”. 

A diretora de impacto da Think Olga explica que o estudo mostra que essa invisibilização das mulheres e, principalmente, das mães solo, não condiz com o efeito econômico gerado pelo trabalho de cuidado realizado por elas. Se esse esforço fosse quantificado, equivaleria a 11% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, mais que o dobro do que é produzido pela indústria agropecuária. Além disso, em todo o mundo, meninas e mulheres dedicam mais de 12 bilhões de horas, diariamente, ao trabalho de cuidado não remunerado, o que seria equivalente a uma contribuição da mais de 10 trilhões de dólares por ano à economia mundial, de acordo com estudo da Oxfam.


O impacto na vida das mulheres é imenso: amplia as desigualdades de renda, precariza as condições de vida em todos os âmbitos e ainda acarreta estresse, estafa, depressão, entre outros problemas para a saúde. Principalmente para as mulheres negras, maior número de mães solo, detém renda menor e ainda são as que mais sofrem com o desemprego, principalmente quando moradoras de favelas.

Tudo isso gera muito impacto no caminho profissional e no acesso a renda das mulheres. Ocupadas com o “invisível" e não remunerado, ficam privada do tempo e dos recursos necessários para conquistar sua autonomia financeira, permanecendo presa em um ciclo de exploração.

Tornando a discursão do retorno às aulas muito mais profundas.

O Brasil continua em seu pedido de SOCORRO!

Porém, continuamos vendo a CPI sem saber onde ela vai dar e assistindo decisões como a liberação de eventos com até 600 pessoas sem alimentação e 400 com alimentação, desde que sentadas, sendo tomadas sem que possamos fazer nada além de não ir e infelizmente assistirmos pessoas indo e mais mortes como consequência, com apenas menos de 15% de pessoas vacinadas com as 2 doses no Brasil e quando o ideal para essa liberação seriam 70%.

E seguimos com a região metropolitana nesse ritmo:

 


Tentando não surtar a cada dia que acordo no Brasil, eu vou compartilhando com vocês o que posso para amenizar o peso de estar aqui vivendo esse momento há mais de um ano enquanto outros países seguem podendo retirar suas máscaras e aos poucos retomarem suas rotinas com a segurança da vacinação ampliada, ambientes higienizados e devidamente espaçados, por aqui seguimos apenas rezando para que tudo dê certo. 



Passamos do meio de 2021 e a incerteza para o próximo ano continua, social, econômica e politicamente, claro, mas também quanto a nós, nossas famílias, amigos, empregos, saúde física e mental. Não tem sido fácil presenciar esse lamentável período que já poderíamos estar superando, mas ainda fica a esperança que fique para trás junto com esse ano que tem passado bem rápido até.

Aqui em Belo Horizonte os dados estão assim:





Sei que a piada é velha, mas setembro não tem sido fácil, então: "WAKE ME UP WHEN SEPTEMBER ENDS" (Me acorde quando setembro acabar - tem que colocar que a tradução é livre né!? rsrs)

Que possamos comemorar 2022 com nossas famílias vacinadas com as 2 doses, com mais pessoas apostando na pesquisa e na ciência, com a esperança de novos tempos políticos e que passar por isso torne pelo menos alguns de nós mais solidários e mais alinhados com o equilíbrio entre viver e trabalhar.




Até a próxima

Th@is 💋


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